A Evolução do Jornalismo
Atualmente, alguns reclamam do excesso de liberdade da imprensa. Os discursos são dos mais variados e vão da intromissão ao sensacionalismo. Entretanto, quando a atividade jornalística começou no Brasil a situação era totalmente contrária. A censura predominava e apenas coisas que interessavam ao governo e a Igreja eram publicadas. Mas o que mudou?
Três
fatores podem ser considerados essenciais para o crescimento do
jornalismo. O primeiro é a democracia. Diferentemente de 1808, ano em
que começou a imprensa começou a vigorar oficialmente no Brasil,
vivemos em um país livre, onde todos podem se expressar, mesmo que isso gere polêmica. Durante o domínio português, apenas o governo e o clero tinham voz, através da Imprensa Régia e veículos de comunicação liberais e oposicionistas, como o Correio Braziliense, só circulavam no Brasil clandestinamente.
O segundo é o capitalismo. Pode-se dizer que trata-se de uma relação mútua. Graças a evolução de seu aliado, o jornalismo se difundiu e o fluxo de informações cresceu rapidamente.
Aí que entra o terceiro fator: a tecnologia. Além de impulsionar o crescimento da imprensa, o capitalismo estimulou a criação de invenções para dinamizar a atividade. Com isso, os meios de comunicação aumentaram, ficaram mais ágeis, capturando diversos tipos de notícia com muito mais rapidez.
Com
essas comparações, vale ressaltar que o intuito do jornalismo sempre
foi relatar os acontecimentos da atualidade, mas sua evolução é
imensurável, assim como a diversificação de seu público, hoje. Em
entrevistas com pessoas de variadas faixas etárias,
foi possível descobrir que a liberdade de escolha no que diz respeito à
informação faz toda a diferença, principalmente, se comparada às limitações do público de décadas anteriores.
“Hoje em dia tem mais liberdade, pode falar do que quiser. Antes não era assim. Está melhor”, diz Cássio Cassaroti, de 49 anos.
O gerente Dárcio Gomes da Silva Junior, de 42 anos, também acredita que as coisas melhoraram. “Hoje a notícia é muito mais visual, muito mais interessante no ponto de vista onde a pessoa abre e já tem uma foto, tem uma mensagem ali já na própria
imagem que ela tem. As notícias de antigamente eram mais escritas.
Tinham poucas ilustrações, poucas fotos e muitas vezes eram notícias
distantes da realidade. Antigamente você tinha um jornal
que dava uma notícia de um assunto que tinha acontecido há três, quatro
dias atrás. Havia toda uma dificuldade de chegar à edição e chegar
também ao consumidor final. Então hoje em dia é maravilhoso.
Atualmente, a notícia chega realmente em tempo recorde.”
Mas nem todos acreditam que a evolução melhorou o jornalismo em relação as décadas anterior. Caso de Noeli Clara Corrales, de 55 anos. Ela diz que os jornais, antigamente, “eram
totalmente diferentes, mais íntegros. O que você lia, podia procurar
que tinha acontecido. Hoje as pessoas inventam muito.”
O policial Ailton Feitosa Giovanini, de 34 anos é da opinião que “a mídia e democracia andam como irmãs” e que “a mídia escrita não está piorando, mas a TV está. Deveria ter um limite, estão extrapolando, pois “Têm notícias que não trazem nada de construtivo, não deveriam nem ser veiculadas. Sem censura, mas com consciência do que é ético. A mídia está aí pra informar e cobrar.”
Já Eliene Lamin, de 18 anos, sintetiza
o sentimento da maioria dos jovens em relação a imprensa. “Só vejo (a
notícia) quando um título me interessa”, disse. Mas ela admite que se
informa para não se sentir “desatualizada”.
As
faixas etárias mudam, assim como as opiniões que não se restringem ao
rótulo de que ‘a juventude não quer saber de informação útil’. É relativo, mas a certeza é que as pessoas interessadas pela informação sempre buscaram, basicamente, uma notícia que vá direto ao ponto, que lhes dêem a informação de forma sucinta e verdadeira.
O importante a ressaltar é que podemos desfrutar
da liberdade de expressão, em um cenário muito diferente do século 19,
quando o jornalismo engatinhava no Brasil, ou mesmo em períodos de
Ditadura Militar. Parte da imprensa pode até ser
taxada de “intrometida” e “sensacionalista”, mas o jornalismo
atualmente informa muito mais do que há 200 anos e dá o privilégio ao
leitor de selecionar aquilo que quer saber.
Atualmente, alguns reclamam do excesso de liberdade da imprensa. Os discursos são dos mais variados e vão da intromissão ao sensacionalismo.
fonte: http://focosemanal.wordpress.com/2009/04/06/liberdade-de-expressao-conquistada/
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